A pura felicidade se sobrepõe ao que você pensava ser, te absorve, te consome, te queima e te transforma em cinzas, as cinzas se desintegram, só o todo sem forma e sem partes permanece, você é puxado pela mente de volta para o mundo, mas agora você é pura liberdade, o mais profundo sentimento é a verdade, as ideias de morte e culpa foram totalmente eliminadas, o medo e o sofrimento, totalmente dizimados, juntos com a ideia de uma entidade separada sujeita as adversidades de um mundo hostil separado dela, tudo um monte de coisas separadas, que nunca existiram, o teatro da existência é visto dos bastidores e a brincadeira desvelada, assim se descobre que nunca houve um descobridor e nada para descobrir, o que parecia ocultar revelava e o que parecia revelar ocultava, nada estava oculto, nada havia para ser revelado, há apenas um, há apenas silencio, dispense as palavras, aquilo que deve ser sentido, será sentido, aquilo que deve ser visto será visto, aquilo que deve acontecer, acontecerá, mas lembre-se, nada é sentido, nada é visto e nada acontece, isso não pode ser mudado, não há ninguém aí para atuar de forma positiva ou negativa em situação nenhuma, toda essa história é mentira, é a mente, um funil em espiral que o arrasta em sua correnteza, em direção as mais convincentes ilusões, até que você entenda, que não há dois ou um, mas que tudo isso é um, até que você constate por si só, que nada acontece, muitas coisas parecem acontecer a começar por coisas simples como o dia e a noite, até coisas complexas como um filho seu nascer, então de repente você se vê como a consciência disso tudo e apenas a consciência, nada mais, ao investigar a si mesma a consciência se vê onipresente, então não vê nenhuma razão pra estar consciente, sendo que não há nada pra se estar consciente, além da própria consciência, então há silencio, sem nada nem ninguém em silencio, apenas silencio, singular, infinito, eterno e imutável.
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