Tuesday, May 5, 2015

Esqueça o mutavel

Você tem dado uma inestimável importância ao transitório, ao mutável, você estabeleceu uma relação de desejo por alguns dos objetos transitórios, mutáveis, que observa, sua família, seus filhos, seus bens,  sua segurança profissional, econômica, seu corpo e a saúde dele, você estabeleceu uma relação de aversão com alguns objetos transitórios, mutáveis, que observa, certos odores, certas imagens, certas situações, tudo que oferece risco a segurança da sua família, do seu corpo da sua saúde, de sua integridade física e psicológica, e você tem evitado e temido esses objetos, situações, circunstancias e preservado os citados anteriormente, isso é uma luta sem fim, que tem tirado sua paz, por que mesmo com todo seu esforço, sua família perde um membro, seu filho adoece, sua casa é assaltada, você é demitido, suas vendas caem, querendo ou não você acaba se envolvendo em alguma situação indesejada, e então você sofre, sofre por que acredita que está no controle, que tem escolha, se culpa, porque acha que o que acontece é resultado de suas escolhas, que você está sendo punido por Deus, por alguma coisa que fez no passado, em uma vida passada, e isto é um grande equivoco, que tem como base o fato de você estar inconsciente de quem você realmente é, de você não ter se dado conta que você não pode ser nada que é observado, nada que mude, de você não ter notado que existe algo, ininterrupto, imutável, no meio, permeando ou sustentando, tudo que muda,
e nada existe sem isso, a observação, podemos chamar de consciência, tudo muda mas o testemunhar disso é sempre o mesmo, a alegria aparece, a tristeza aparece, a dor aparece e desaparece, o corpo nasce, cresce e morre, há calor, há frio, há surpresas boas e há surpresas ruins, mas o testemunhar disso tudo é sempre o mesmo, há o sono profundo onde não há experiencia alguma, há o sonho durante o dormir onde a experiencia é mais flexível e há o sonho desperto onde a experiencia segue as leis da física, causa e consequência, etc. mas em tudo isso há um elemento chave, imutável, não afetado de forma alguma por nada que parece acontecer nos três estados, a observação, é assim, observe sua vida e veja se não é assim por si próprio, o problema é que essa observação não pode ser observada, você não pode encontra-la, por que você é essa observação, e você não tem qualidades objetivas, forma, tamanho, cor, peso, som, dimensões, localização, é ininterrupto, não tem idade, não tem começo nem fim, não pertence a você, é você, o que ocorre é que essa observação pode acabar se identificando com um dos objetos que observa, o corpo que você acredita ser você, a coleção de memórias que você acredita serem suas, os sentimentos, as emoções, a família, os bens, nada disso é você ou é seu, e está fadado a desaparecer, está fadado a constante mudança, apenas observe, seja apenas o que você é, observação, que é silencio, paz, amor, liberdade, felicidade, deixe todo o resto ser o que é, não tente controlar, não tente tornar a experiencia mais agradável para esse ou aquele objeto, apenas assista o show, isso é amar e só é possível quando você é o amor, o que você é sempre.

Quem é você

A proposta é que você rejeite qualquer resposta que surja a pergunta quem sou eu, pois qualquer resposta que surja como uma palavra ou forma, é algo conhecido, faz parte do passado, do acervo da memória do cérebro, e você não é nenhuma palavra, nenhum pensamento, nenhuma forma, você é isso onde tudo isso surge, pensamentos, palavras, formas, você constitui todos eles, palavras pensamentos, formas, mas não é constituído por eles, você é anterior a qualquer um deles, é independente de qualquer pensamento, palavra, forma, veja por um segundo, que tanto isso que você acredita ser você e aquilo que você acredita não ser você, é você, não há nada além de você, não existe um você, que é um corpo(forma), um aglomerado de pensamentos e experiencias(ego, mente)separado do resto de todas as coisas, na verdade não há coisas separadas, porque todas essas supostas coisas, são você, o que chamamos de nuvens, é você, o que você chama de filho, é você, o que você chama de ouvir, é você, o que você chama de espaço infinito é você, o que você chama de estrelas, planetas, galaxias é você, aquilo que você odeia, é você, aquilo que você ama é você, quando você diz eu engordei, é uma tolice, você não tem dimensões, nunca é maior nem menor, o que
acontece é que você está identificado com algo dentro de você, um corpo especifico, que engorda e emagrece, existe uma percepção limitada pelos cinco sentidos, a qual você ilumina como consciência,  existe uma infinidade delas, mas você não esta limitado a isso, você não é isso, você constitui isso, mas não é isso separadamente, você é o espaço infinito e todo conteúdo infinito nele, mas ao mesmo tempo não é nem um nem outro, você é tudo e esse tudo é algo indescritível, indefinível, não se resume ao que é conhecido mas também a tudo que é desconhecido e além, por isso que a mente tem que parar, por que é isso que ela faz o tempo todo, o posicionar no tempo e no espaço, e quando ela para, essa posição no tempo e no espaço se desmancha, se dilui como um torrão de açúcar na água, tudo se torna água, na verdade você nunca foi uma parte do todo mas manifestou a mente para que o fizesse acreditar que é, é assim que deve ser, você brinca de ser algo especifico dentro de você, nesse momento você acredita ser uma célula, você acredita ser um cachorro na rua, acredita ser uma forma de vida distante em uma galaxia distante, acredita ser um elétron, um núcleo, um próton, um nêutron, espaço, acredita ser um sol ou um planeta sem vida, e, ao mesmo tempo, é absolutamente consciente, ou, é consciência, de que absolutamente tudo que foi dito neste texto é a mais pura verdade, ao mesmo tempo você é consciência de quem, ou o que, ou nenhum dos dois, você realmente é.