Thursday, December 29, 2016

Além do limite do ridiculo

Se o ego fosse capaz de enxergar toda sua miséria, o quanto todos seus movimentos, crenças, opiniões, valores e princípios, esperanças e expectativas o colocam além do limite do ridículo, o quanto todas as suas ações e falas apenas confirmam a sua infinita ignorância e estupidez, o quanto foi inútil todo seu esforço no intuito de afirmar a sua existência, seu esforço devorando livros, obtendo títulos, diplomas, mestrados, doutorados ou até mesmo curtidas no Facebook, views no youtube, se ele fosse capaz de ver além da sua total inconsciência, da incapacidade que os objetos, seus zeros na conta bancaria, carros na garagem, eletrodomésticos, roupas, sapatos e moveis atrolhados nos seus imoveis, são, de lhe proporcionar uma real satisfação, que a insatisfação, a miséria e o sofrimento são justamente os pilares que o sustentam, se o ego tivesse esse poder, ele automaticamente se suicidaria e deixaria esse organismo, a qual ele vem parasitando, livre para vivenciar o amor, a paz, a liberdade, a infinita satisfação, a verdadeira e ilimitada felicidade sempre presente, deixaria esse organismo livre para ser o que ele realmente é, livre desse desejo de ser alguém, de ser importante, relevante, significativo, desejos e anseios injetados nesse organismo por esse parasita, o fazendo se mover no mundo como um débil mental altamente qualificado, afim de sustentar a si próprio e perpetuar sua ilusória existência, se o ego tivesse essa capacidade o mundo não seria esse circo de palhaços ridículos, neuroticos e suas certezas ridículas, do qual qualquer organismo que tenha se libertado de seu domínio, desse verme parasita, de sua ardilosa e convincente hipnose, se passando por você, ri, como se assistisse uma obra prima da comedia, um sonho que estupidamente o ego considera ser a realidade.

É muito fácil identificar o ego, sua base é a ideia de que que você é um e eu sou outro, de que as estrelas estão lá e você aqui,  de que você muda, se move, escolhe, pensa, fala e faz, de que existe qualquer tipo de distinção entre você e o que quer que seja, de que esse corpo é você e todo o resto do universo não. 


No comments:

Post a Comment