Wednesday, January 28, 2015

O veneno do nomear

Nomear é o principio do engano, o mascaramento do silencio, que não é silencio nem ruido, não o fim, o nascimento da mente, a falsa queda da unidade, que não é unidade nem diversidade, o inicio da sensação falsa de fragmentação, o pecado da distinção, o simples surgimento do pensamento eu, cria uma contração da realidade em si mesma, um ilusório posicionamento, uma falsa compressão e um falso desconforto, uma falsa sensação de falta, de incompletude, a rejeição de todas as palavras é o fim da ilusão, não importa se elas continuam a surgir, as ignore, não nomeie essa ação, não pense que age, toda palavra é uma mentira, o que existe, não pense que existe, não chame de existência, de existente ou não existente, não chame de coisa alguma, não nomeie, quando o processo de nomear para por completo, ou é desconsiderado mesmo em ocorrência, a realidade se revela, quanto mais o processo de nomear, de distinguir, se aprofunda, mais a ilusão e o sofrimento se amplificam, chega um ponto em que a crença nessa ilusão se torna tão solida que não podemos mais ver um minimo feixe da verdade, verdade que não se difere da mentira, realidade que não se difere da ilusão, por que tanto verdade como mentira, assim como realidade e ilusão, ainda são só pensamentos, palavras, nomes, nomear é um veneno que você mesmo bebe por que pode, um alucinógeno que você toma para se divertir, mas acaba perdido nessa alucinação, esquece por completo que é apenas uma alucinação e a toma por realidade, no principio era o verbo é uma mentira, não há nem principio nem verbo, nem substantivo, nem adjetivo, nem pronome, nem definição, nunca houve, nem palavra é palavra, nem pensamento é pensamento, nem silencio é silencio, isso é tudo isso e nada disso, o
pensamento é a serpente do paraíso, nomear é o mal, que não é mal, não há mal nem bem, isso ainda são nomes, atente pra isso, não lembre disso, não separe o atento, da atenção e do objeto da atenção, não separe o ouvinte do som e do ouvir, não separe o vidente do ver e do visto, não separe o sujeito do objeto, o observador do observado pelo nomear, nadar no mar da distinção das palavras é rejeitar a felicidade da realidade, até mesmo a poesia é um lobo em pele de cordeiro, o pensamento não vive sem você, toda palavra precisa que você acredite nela, que você a repita muitas vezes até que acredite que ela é indispensável, até que você acredite que aquilo que você nomeou, a coisa em si, é o nome que você deu, toda palavra é um parasita, que o engana pra que você o alimente, o fazendo acreditar que sem ele você não é nada, mas sem as palavras o que você é? você pode se perguntar: como posso viver no mundo sem as palavras? veja o quanto você está dependente de algo inútil, use as palavras, não permita que elas o o usem, o hipnotizem, não as abrigue como peças de ouro, não as valorize, quando todo conteúdo mental, cem por cento dele, perde o significado, a importância, a felicidade sempre presente transborda, é a maior conquista que você pode obter, não haver você e não você, esquecer tudo, todas as palavras e seus significados, isso é a verdadeira liberdade, não a palavra, não o significado, mas a coisa em si, apos ler isso esqueça tudo isso, ponha em pratica o que foi dito, não guarde isso, veja isso, sem o vidente, o ver e o visto, seja isto, sem o eu, sem o ser e sem o isso.

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