Saturday, December 21, 2013

26º capitulo da Canção de Ribhu



Cartoons de Bob Seal

 "Conceitos, conceitos, conceitos..."
Equivoco: a pessoa está consciente
1 pessoa, 2 consciência
visão não dual
1 consciência e 2 pessoa
A pessoa aparece dentro ou sobre a consciência.
Nota: a consciência é anterior ao aparecimento da pessoa.
A consciência é o ponto final.
A pessoa aparece e desaparece dentro da consciência.
A boa noticia é: na realidade... VOCÊ É A CONSCIÊNCIA.
Não a aparição, não a pessoa, quem aparece e desaparece.
Mapa do onipresente
Você está aqui
 Sugestão: remova os rótulos da sua vida e veja tudo como tudo é.
Você é a luz que ilumina a ilusão da vida.
 Gostar e não gostar é uma des - facilidade da mente.
Mente Perturbada: bem vs mal
Mente Imperturbável
Não procure pela verdade; apenas solte sua possessão de opiniões.

Ramesh Balsekar

Entrevista com Ramesh Balsekar, onde ele esclarece aspectos de Advaita.
Encontro em sua residência onde fala da lei cósmica e do livre arbítrio. 

Monday, December 16, 2013

Liberdade


Quando falamos de liberdade do que falamos afinal? liberdade é algo que sentimos, é algo que podemos tocar, é algo que possuímos ou algo que perdemos? todas essas perguntas só tem uma solução definitiva que é a solução definitiva para todas as questões, é imprescindível antes de qualquer movimento, em qualquer direção, estar ciente de quem está ciente, quem está indo em busca do que, quem é você? quem quer ser livre de que? quem quer descobrir o que é a real liberdade? toda e qualquer questão exige antes essa unica e simples investigação, de quem está por trás disso tudo, apenas como aquilo que vê, nunca está e nunca esteve envolvido em nada do que acontece, apenas parece estar, essa simples percepção direta já responde muitas questões,  e pode trazer com ela a compreensão suprema e definitiva da vida, você vê um mundo de imagens, sons e outras sensações, que estão sempre mudando, aparecendo pra você, mas quem é você? você se vê? Isso acontece toda manhã, esse mundo aparece, você vê tudo através de um corpo,  de uma ponto de vista limitado, coisas se movem pra lá e pra cá, mas durante a noite, quando você não está em nenhum sonho, em sono profundo, nesse estado onde nem o tempo é percebido, tudo isso desaparece, e tudo mais, e tudo mais... olhe atentamente pra esse estado que antecede o espaço, esse estado é você, isso que olha, que antecede a manifestação luminosa estendida no espaço, e ressalto, o próprio espaço, esse intervalo que está aí quando nada mais está, todas as

noites, fora do tempo e do mundo fenomênico, isso é seu estado real, é o que você é, antes de ser, durante o ser, depois de ser, é o que tudo é, tudo se resume a esse ciclo da consciência, repouso, ver e visto, quando esse ciclo é observado atentamente, quando todos os seus aspectos subjetivos forem analisados pela mente, ela se vê como uma peça, sintetizada em uma apercepção, então você se liberta da identificação com a mente, você é a consciência, é essa presença de pura consciência, tudo a sua volta também o é, só há você, todo o cenário é compreendido por aquilo que o constitui, que é você, é como se você tive-se tomado um forte alucinógeno e estivesse vivendo uma realidade paralela, uma viagem, onde você pode sofrer, onde é muitas manifestações diferentes, meros objetos animados e inanimados, entre eles, os que possuem um intelecto e que se autodenominam pessoas, separados de você, você é esquecido, deixado de lado, e tudo que você acredita ser agora é essa alucinação, uma percepção totalmente equivocada de si mesmo, uma identificação com algo que não é você, sugerida por esse intelecto e sustentada por você, agora você é uma pessoa, acredita que é, toda sua atenção é dela, que pode ser boa ou ruim para essa alucinação que as pessoas chamam realidade, e o pior disso tudo, é responsável pelo que faz, pelo que pensa e pelo que fala, é responsável por suas escolhas, eis a receita do sofrimento, compreendendo quem você é, que não é uma pessoa, então você pode ter uma perspectiva do que é liberdade, é basicamente conhecer a sua real identidade, livre que qualquer identificação, isso é liberdade, como algo que não pode ser identificado, pode estar livre ou tão pouco preso? mesmo sendo a essência dessa brincadeira, constituindo todo esse drama, onde há um falso alguém que procura uma falsa liberdade, você se mantem sendo a pura liberdade, de ser isso ou aquilo, de estar no presente, no passado ou no futuro,
de estar em algum lugar, de ser, então você é isso, sempre, sem esforço, você está livre de ter que controlar os eventos para que você tenha benefícios e não prejuízos, por que você não é um corpo, não é uma mente, não é um individuo, não é um personagem, não há nenhuma história, essa é a realidade, estar livre dessa ilusão é a verdadeira liberdade, a liberdade de ser algo, que não seja pura consciência de felicidade sem oposto, porque após esse suposto despertar de ser alguém separado do infinito, o organismo, que você pensava que era você, continua existindo, você continua focado só nele, mas não se identifica com ele, não colhe mais os frutos das supostas ações deste personagem, não se incomoda com as informações que chegam pelos sentidos dele, não as julga, não controla nada, deixa que tudo seja como é, não há mais medo, pois está ciente que o que acontece com esse corpo, com essa mente, não acontece com você, você nunca ganha nada nem perde com isso, nunca deixa de ser o que é, não muda, essa é a verdadeira liberação, nada está sendo feito, tudo está pronto e é perfeito, você não tem mais nenhuma missão, a brincadeira acabou, descanse e apenas seja liberdade, você não está livre, você é liberdade.


Então para o ser não dual ele próprio é a liberdade, de ser o que quiser, livre de desejar ser, fazer o que quiser, livre de desejar fazer qualquer coisa, eternamente, está livre de uma identificação especifica, de uma imagem de si mesmo, de ser o agente de qualquer coisa, de consequências positivas e negativas, de punição, de conduta, de comportamento, a consciência nunca se suja, não importa o que ela assuma como forma, se um assassino cruel ou um monge pacifista, todas as faces são faces da liberdade consciente, em expressão ininterrupta de sua existência, absolutamente livre de limites, você é a expressão da liberdade sempre, você está livre de ser um corpo, uma mente, de ter uma posição, de estar em um determinado estado, de ver de apenas uma perspectiva, está livre da morte e do nascimento, o intelecto tem opiniões sobre o personagem que ele acredita ser, sobre o mundo em que acredita viver, você está livre delas, o universo é um e diverso, você está além do universo, você é a real liberdade, não precisa conhecer ou entender o que é a real liberdade, pois é você, neste instante, com tudo que aparece nele, nunca antes nem depois, nem assim nem assado, independente, indiferente, homogêneo.

Muito se pode falar disso,  mas essa liberdade não é como se livrar do sol, que queimou a pele durante horas no andar de uma longa estrada, sentando em uma sombra no meio do caminho, não é algo para um personagem usufruir, essa liberdade é aquilo que constitui todos os personagens, o sol, a sombra e o peregrino, você é isso, esta livre de ser alguém fazendo algo, está livre de nunca ser qualquer coisa fazendo nada, está livre de ser ou não ser, está livre de duvidas, está livre de certezas, esta livre de formas, está livre de nunca ter formas, está livre de ser aquilo que pensa sobre o que acontece, está livre de fazer acontecer ou de deixar acontecer, está livre para ser mais de um, sofrer a sensação de ser incompleto, está livre para transcender a dualidade e se dar conta, de sua infinita completude imutável, sempre, agora.  

Resumindo, a liberdade não tem nada a ver com o que acontece ou com as condições dos objetos, pessoas, planetas, etc., a liberdade é apenas ser ver graça, não importando o que é visto, é graça, a liberdade é isso que vê, não é nada do que está escrito aqui, a liberdade é você.