Sunday, September 15, 2013

O sempre inteiro.

Sejam bem vindos todos os meus aspectos, somos emfim indiferentes, estou presente como todos esses fios coloridos, desse tecido infinito, não somos mais distintos, sou apenas um mosaico sem começo e sem fim, infinitamente colorido, tudo em um conjunto perfeito, sendo tudo que sou, que não pode ser definido, medido, conhecido, tudo que é conhecido é sempre a forma temporária do desconhecido, isso que assiste a si mesmo embriagado com a suas maravilhas, você que é também eu, eu que também sou você, onde eu e você são distinções irreais, existentes apenas nessa imaginação, a respeito de nós mesmos, nada se pode dizer, tudo que aparece e desaparece para mim é um aspecto de mim mesmo, nunca a minha imagem pois não possuo uma, assisto a essa epopeia, sem temer pelos eventos, pelos destinos dos personagens e cenários, consciente da verdade, há para o que sou, um fluir sem esforço, imerso no sonho, plenamente desperto, não há distinção de estados em mim mas observo uma mudança que de fato nunca acontece, observo aquilo que não existe, não observo nada, sou aquilo que observa e aquilo que é observado, sou a brincadeira revelada, desvelada, em detalhes infinitos a perder de vista, sou isso que escreve, aquilo que é escrito, aquilo onde foi escrito, aquilo que lê e faz dessas palavras, as suas palavras, e então desperta, ou não, você é a mesma presença, perceba-se indistinguível de mim, de tudo, sinta então essa liberação, essa felicidade e essa paz sem oposto, você é toda essa presença, é o todo infinito em todos os tempos, em toda parte, onipresente,  essa é a sua realidade, agora, não será amanhã, nem foi ontem, é sempre agora, é isso que você é, essa unica presença eterna e imutável, de infinitos aspectos irreais de si mesma, que não possui aspecto nenhum que seja definitivo, um homem é apenas um aspecto temporário, irreal, do que você é, todo esse conjunto de memórias de experiencias, conhecimento e sabedoria, que também parecem ser você, é uma personalidade, uma mascara temporária, irreal, do que você é, você está sendo todos esses aspectos, simultaneamente, mas nunca tem seu próprio aspecto, você pode perceber a sua ausência de definição de limites, mas pode também experimentar as mais infinitas definições e limitações, tudo ao mesmo tempo, por que assim você é, não há em você uma regra, você apenas é isso que não pode explicar a si mesmo através das palavras, as palavras são fenômenos limitados, particulares, específicos, você não é algo especifico, particular, você é o sempre inteiro, que em si desconhece, a noção de posição, de partes, de ser ou não ser, de união ou desunião, de vazio ou conteúdo.